Bye 2012. Hey 2013.

É incrível como o tempo passa rápido, né? Parecia que era ontem que eu estava nervosa com o começo da faculdade.  Em 2012 a minha vida mudou de formas que eu nem esperava, mudei de blog, comecei a ser mais independente financeiramente (só que não), comecei a ver a importância de estudar muito para tirar uma boa nota… Esse ano foi tudo, menos o que eu queria. Calma, não estou falando que ele foi ruim por causa disso, o ano foi mais como uma surpresa agradável. Tive a oportunidade de conhecer alguns blogueiros, de ler mais livros clássicos, de conhecer gente nova e que eu nunca pensaria que eu seria amiga. Em poucas palavras 2012 foi surpreendente.

Infelizmente esse ano eu tive que diminuir o ritmo da minha leitura por causa da faculdade, tive que dar prioridade a outras coisas, mas eu não me senti mal por não ter batido a meta do ano passado (em 2011 eu li 93 livros), acho que esse ano foi a prova de que é melhor qualidade do que quantidade.

Quantos livros você leu esse ano? Você bateu a sua meta?

Li 63 livros e ainda estou contando, ainda dá para terminar mais um livro esse ano! Consegui bater a minha meta que era 60 livros \o/

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Animais Fantásticos 38# – Titãs

Blá blá ocupado. Blá blá desculpem. Blá lá tudo vai melhorar em breve. <Inserir piadinha sem graça sobre o meu atraso aqui>

Okay, pessoal, como eu não queria deixar essa semana passar também, decidi apelar para a coisa que torna mais fácil de escrever: Ser terrivelmente específico.

Bem, eu acho o tema dos Titãs muito interessante mesmo: eles são os seres terrivelmente cruéis que deram vida aos deuses gregos. E com isso ainda temos que pensar que os deuses muitas vezes eram considerados cruéis, então seres que são cruéis até mesmo para o padrão dos deuses gregos devem ser muito assustadores mesmo.

Vamos começar pela origem deles e vou me basear no mito de Hesíodo já que é a versão mais conhecida e etc… A base para a vida deles seria a deusa Gaia que criou, originalmente: Urano, Ponto e as Óreas, que seriam as montanhas. Com ou sem a ajuda de Gaia, Urano conseguiu dar vida a vários seres ao longo de sua existência. E entre eles nós podemos citar, claramente, os Titãs.

A história do “reinado” dos Titãs é bem sombria, já que eles se mostravam criaturas bem agressivas a quaisquer outros seres que estivessem ao redor, principalmente os humanos, que viveram inúmeros anos na escuridão e no medo.

Agora vou falar um pouco de alguns dos Titãs mais famosos e o que eles faziam:

Prometeu: Esse aqui é um dos meus favoritos por um único motivo: é um dos poucos Titãs bons. Além de defendê-los quando interagia com os outros Titãs, Prometeu também é responsável por boa parte dos avanços dos humanos já que deu a eles o fogo que é uma das bases de quase tudo que foi criado futuramente.

Cronos: Esse aqui é conhecido pelos fãs de Percy Jackson (Os livros, não aquele aborto que chamam de filme.) que também devem saber que ele é especialmente mau. Foi o primeiro a ser criado. Futuramente ele foi convencido por sua mãe (Gaia) a destronar seu pai ao castrá-lo usando a própria foice e com isso se tornar o novo senhor do Céu. Ele então se casou com a irmã, Réia e teve 6 filhos com ela. Porém, seu medo de ter o mesmo destino que seu pai era tanto que Cronos devorava os filhos assim que estes nasciam. O único que escapou disso foi Zeus, que foi protegido por sua mãe. Após crescer, Zeus se vingou de Cronos ao dar-lhe uma poção que o fez vomitar os filhos (Que não tinham morrido, já que eram seres divinos.). E terminou banindo todos os Titãs para o Tártaro e se tornando o senhor do Céu.

Atlas: Eu também acho esse muito legal, mais pelo o que aconteceu com ele depois do que o resto. Atlas era um ser desproporcionalmente grande, violento e bruto de uma geração de seres que seriam a representação das forças selvagens da natureza. Por apoiar seres revoltosos que tentaram atacar o Olimpo, Zeus reservou um castigo especial para Atlas. Ele foi encarregado de carregar o céu nas costas por toda a eternidade. Um ponto interessante é que algumas pessoas se confundem e acham que Atlas carrega a Terra (Já que é um globo nas costas dele.) .

Especial Bienal do Livro do Ceará 2012.

Fala pessoal! Desde o dia 8 de novembro até hoje, 18, rolou aqui em Fortaleza – CE a X Bienal Internacional do Livro! Com muitos bate-papos, lojas, lançamentos e shows musicais, o evento atraiu milhares de pessoas na capital cearense!

O Centro de Eventos.

Recentemente inaugurado, o gigantesco Centro de Eventos do Ceará espanta devido a sua modernidade. Com estacionamentos internos e externos (cuja entrada é feita por um túnel triplo que fica ao lado do local), lá existem salões gigantescos – alguns com paredes customizáveis -, fazendo uma multidão parecer um pequeno grupo de amigos lá dentro. A feira de livros se localizava no principal espaço, como você vê abaixo, e possuía uma infinidade de livros, revistas e até brinquedos educativos.

A Feira de Livros.

Com uma rica variedade de gêneros – desde romances, passando por auto-ajuda, livros didáticos e filósoficos até histórias em quadrinhos e mangás -, a feira foi feita para agradar a todos os gostos. Porém, não agradava a todos os bolsos: diversos livros estavam mais caros do que se comprados em livrarias da própria cidade. Por exemplo: a edição simples de A Batalha do Apocalipse, de Eduardo Spohr, que na Saraiva custa R$ 31,90 na Bienal saia por R$ 59,90; Clube da Luta, que na época de seu lançamento se encontrava a venda por R$ 39,90, na Bienal custava o mesmo. De qualquer maneira, alguns estandes faziam promoções especiais – como “4 livros por R$ 10,00”, o que me levou a comprar oito mangás de Battle Royale.

Os autores convidados.

Nessa Bienal, um dos maiores atrativos eram os autores lançando seus novos livros. Tivemos Thalita Rebouças, Tony Belloto, Maitê Proença, Humberto Gessinger e Rapahel Draccon, em vários bate-papos em que o público podia interagir livremente. Além disso, tivemos mesas redondas sobre assuntos do momento: Histórias Em Quadrinhos, Como Escrever Um Livro, O Uso do RPG Como Fonte de Educação, As Crônicas de Gelo e Fogo, enfim. Tinham conversas sobre todos os assuntos – e com gente que realmente entendia do assunto!

A Organização.

Chegamos no ponto em que a Bienal, definitivamente, deixou a desejar: a organização. Com funcionários mal preparados, era muito difícil de se localizar rapidamente aonde estavam rolando determinadas atrações no evento – e fui vítima disso: passei longos trinta minutos, perguntando de funcionário em funcionário, aonde ia rolar o bate-papo sobre quadrinhos com Daniel Brandão. Sorte minha que a mesa redonda começou justo na hora em que encontrei a sala aonde iria rolar a atração. Além disso, a tentativa do evento de utilizar todo o espaço disponível para o evento tornou tudo muito cansativo para os visitantes: para se chegar ao refeitório, por exemplo, devia-se subir uma escada rolante, atravessar um longo saguão, passar por uma ponte que atravessava a feira de livros, andar por mais outro saguão e ai, sim, podia-se comer em paz. Ou seja: faltou organização para um evento do porte da Bienal Internacional do Livro.

As atrações musicais.

O diferencial dessa Bienal do Livro para as anteriores foram as suas atrações musicais. A primeira delas – e que serviu como abertura do evento – foi Gal Costa que, acompanhada de apenas um violão, fez um show que todos consideraram ótimo. Além dela, tivemos O Teatro Mágico, Zeca Baleiro e Palavra Cantada, além de muitos grupos locais.

Apanhado geral:

Por mais frustrante que tenha sido, a Bienal do Livro sempre tem uma magia própria que vale a pena sempre conferir – principalmente quando traz novidades a um evento que há um certo tempo já se mostrava repetitivo. Já estamos esperando ansiosos pela próxima edição. 🙂

Resenha: Belo Desastre – Jamie McGuire

Editora: Verus

Autora:Jamie MacGuire

Páginas: 388

Abby Abernathy é uma boa garota. Ela não bebe nem fala palavrão, e tem a quantidade apropriada de cardigãs no guarda-roupa. Abby acredita que seu passado sombrio está bem distante, mas, quando se muda para uma nova cidade com America, sua melhor amiga, para cursar a faculdade, seu recomeço é rapidamente ameaçado pelo bad boy da universidade.
Travis Maddox, com seu abdômen definido e seus braços tatuados, é exatamente o que Abby precisa – e deseja – evitar. Ele passa as noites ganhando dinheiro em um clube da luta e os dias seduzindo as garotas da faculdade. Intrigado com a resistência de Abby ao seu charme, Travis a atrai com uma aposta. Se ele perder, terá que ficar sem sexo por um mês. Se ela perder, deverá morar no apartamento de Travis pelo mesmo período. Qualquer que seja o resultado da aposta, Travis nem imagina que finalmente encontrou uma adversária à altura.

A Verus escolheu um momento muito estratégico para lançar Belo Desastre, – junto com 50 tons de cinza. Não faltaram comparações: muitos disseram que Belo Desastre era o 50 tons de cinza para adolescentes. Isso não podia estar mais equivocado.

–  De novo? Você vai me matar, Flor.

Você não pode morrer – eu disse, cobrindo o rosto dele de beijos. – Você é durão demais.

– Não, eu não posso morrer porque tem muito idiota querendo pegar o meu lugar. Vou viver eternamente só por maldade.

Sinceramente? Eu adoraria que as editoras parassem de vender livros com a imagem de outro livro. Dá uma ideia totalmente errada do livro e muitas vezes essa tática falha miseravelmente. Belo Desastre tem sexo? Tem, mas nada que dê para se comparar com 50 tons de cinza ou algum livro erótico.

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Animais Fantásticos 37# – Bruxas

Sabe, eu imagino que agora vocês estejam dizendo algo como “Henrique! Você não posta há duas semanas. E agora você vem e posta como se estivesse tudo bem, mas está atrasado.”, vocês têm todo o direito de ver desse jeito, mas deixem-me apresentar uma visão alternativa e mais agradável: Eu posso estar três semanas atrasado para o post de três semanas atrás, MAS também posso estar 49.1 semanas adiantado ou ATÉ MESMO 51.1 semanas adiantado para o especial de Halloween do ano que vem. Viram? Não fica tudo MUITO melhor quando vemos da forma que me priva temporariamente das responsabilidades?

O tema dessa semana é bem Halloweenesco: Bruxas. Mas, NÃO, eu não falarei dos bruxos de Harry Potter, e nenhuma dessas visões mais modernas, vou fazer outro post especialmente pra isso no futuro. O assunto de hoje são aquelas bruxas que povoavam as histórias infantis, aquelas que poderiam tanto se parecer com uma adorável velhinha que só quer te ajudar após você comer toda a ala de hóspedes da casa de doces dela como também aquelas que praticamente exalam feiura.

Eu não sei quanto a vocês, mas eu era um grande fã de leitura desde que eu era pequeno, e isso me levou direto aos conto de fada. E quando eu penso em bruxa eu penso logo naquela citada anteriormente: A bruxa que tentou jantar João e Maria. Ela forma, basicamente, o conceito mais fácil que podemos ter de uma bruxa, estava disfarçada de nada menos do que uma doce e inocente velhinha. Esse seria, supostamente, um truque que elas usavam muito, simplesmente se disfarçavam das mais diferentes coisas para que pudessem atrair as pessoas para seus covis.

Eu vou acabar tendo que falar bastante do Raphael Dracoon nesse post por que o cara é o único autor do atualidade que manteve os modelos mais antigos das bruxas. E ouso dizer que ele conseguiu dar um tom bem mais sombrio do que aquele que estamos acostumados. Pra começar, nós temos dois tipos de bruxas: As bruxas sombrias, que usam a sua magia para fazer mal aos seres humanos e outros tipos de seres vivo, e as bruxas brancas essas usam bem melhor seus poderes e tentam sempre ajudar aqueles ao seu redor, não importa a espécie. Infelizmente, elas tem que se manter escondidas muito mais do que as outras por que as pessoas custam muito a aceitar que possam existir bruxas boas. Isso sem contar o fato de que muitas vezes bruxas sombrias passam a vida inteira caçando as bruxas brancas, o que torna a vida destas muito mais complicada.

As bruxas sombrias teriam aprendido todas as suas terríveis habilidades daquela que seria considerada a primeira bruxa, que frequentemente reencarna para poder causar o caos pela terra. Os poderes dessas bruxas também estão ligados ao canibalismo que é uma prática terrivelmente comum dentre elas. Suas aparências retratam a mais pura feiura e repugnância e isso, segundo o autor, se deve ao fato de que suas aparências físicas tentam constantemente se igualar à espiritual, que foi muito corrompida graças a magia negra.

PS: Aos fãs da série, me perdoem quaisquer erros ou falta de informação, só li o primeiro livro e acabei esquecendo uma boa parte dele.

Crítica: 007 – Operação Skyfall.

“Mesmo não utilizando todo o potencial que tem, a nova aventura de James Bond cumpre seu objetivo, entretêm e ainda é cheia de estilo.”

Por Bruno Albuquerque de Almeida!

Aviso: leia este texto ouvindo essa música. Ajuda a criar um clima. 😀

Só pelo fato de se ter em mente que uma franquia cinematográfica possui 50 anos de existência, a série 007 já mostra a sua habilidade em sempre atrair novos públicos. Os filmes do super agente, que já tiveram vários atores no papel original – alguns icônicos, como Sean Connery e Pierce Brosnan -, sempre se mostraram dispostos a se adequar a época em que eram lançados. E com Operação Skyfall a coisa não é diferente: numa era de blockbusters explosivos, o novo filme se dedica a ação, mas ainda encontra espaço para o desenvolvimento de personagens, diálogos muito bem elaborados e até um pouco de arte.

E vemos isso logo nos primeiros momentos do filme: com uma sequência de ação espetacular – com direito a James Bond ajeitando sua camisa após ter  pulado de cima de um trator para dentro de um trem e levado um tiro no ombro, tudo filmado da maneira mais clara possível -, o filme já deixa o espectador ligado pelo o que está por vir – ora, se logo na primeira cena já vemos um verdadeiro show, o que mais pode vir depois? Além disso, ainda temos uma cena de abertura SENSACIONAL ao som de Adele. Cena, essa, cheia de simbolismos artísticos e referências sutis ao próprio filme: repare na mansão com várias lápides ao redor, que é banhada por uma chuva de sangue logo após Adele dizer “let the Skyfall”, fazendo referência a residência dos Bond ser repleta de morte, além de ser sincronizada com o que a letra da música diz; e nos vários “alvos silhueta” de James Bond, que surgem descendo tela abaixo, com um buraco no ombro direito, referenciando o tiro que ele leva logo na momentos iniciais do filme. Simplesmente fantástico.

Daniel Craig, mais uma vez, se mostra a escolha certa para interpretar o agente secreto mais famoso do mundo, criando todo uma maneira própria de ser elegante e misterioso, as duas maiores características do personagem. Judi Dench, mais uma vez mandona como a chefe M, faz questão de destacar sua personagem no filme, já que sua importância aqui é grandiosa, principalmente por conta de um acontecimento perto dos momentos finais. Mas quem realmente revela um enorme diferencial perante os outros é Javier Bardem, com seu brilhante vilão Silva, que homenageia os clássicos vilões dos outros filmes do 007, sendo cheio de características próprias e um pouco de pieguice, para relembrar como os estereotipados antagonistas do século passado eram. Aliás, o filme todo é uma homenagem aos antigos: temos cenas de luta vista apenas pelas silhuetas dos combatentes, o retorno do personagem Q (fornecedor de armas de James Bond nos filmes antigos) e um dos carros clássicos usados pelo espião retorna neste filme.

Mesmo sendo impecável em diversos pontos, 007 – Operação Skyfall tem seus problemas. Principalmente quando se intitula, logo quando os créditos sobem, que é o filme comemorativo dos 50 anos do personagem nos cinemas. Para um filme comemorativo, “Skyfall” deveria ter melhor aproveitado o seu potencial. E também o seu diretor: Sam Mendes, que comandou o magnífico Beleza Americana em 1999, aqui surge em diversos momentos no piloto automático, sem demonstrar todo o talento que revelou no longa ganhador do Oscar de Melhor Filme de 99. Sem contar que para um filme de espião, pouco acontece espionagem, e mesmo tendo um vilão rico em personalidade, seus planos se mostram frágeis ao, em diversos momentos, parecerem extremamente simples e óbvios. [SPOILER]Ou você não se incomodou ao ver Silva entrando, sem nenhuma proteção, num tribunal cheio de policiais armados somente com uma pistola na mão para matar M? [SPOILER] Sem contar que o nome “Skyfall”  quase não se revela de vital importância para a trama, e quando o faz é para revelar um pouco do passado de 007, o que trai uma de suas principais características que comentei no início do texto: ser misterioso.

De qualquer maneira, o filme se revela extremamente simpático ao incluir diversas piadas que fluem organicamente durante a trama, e que brincam com a personalidade e atitudes dos personagens. O diálogo entre Bond e Q, na exposição de arte, é extremamente bem humorado, por exemplo, além da brincadeira que um senhor faz ao ver 007 pular com enorme vontade em cima de um dos vagões do metrô. E o que dizer de Bond chamando sua chefe de “vadia” na frente dela? Além de tudo, o filme ainda encontra espaço para desenvolver ainda mais a personalidade de Bond: mesmo sendo chamado de “velho” e “despreparado” em diversos momentos, o agente secreto, ao resolver com maestria diversos problemas, revela ser ainda o melhor no que faz, mesmo com a já “avançada” idade.

Mesmo com algumas falhas que poderiam muito bem serem evitadas, 007 – Operação Skyfall cumpre o seu objetivo: ser um divertido e bem estruturado filme de espionagem, mesmo que prefira se adequar aos tempos modernos e enfocar a ação.

Nota: 8,0.

Ted!

“Hilário e original, o filme sobre o ursinho falante tem potencial para se tornar inesquecível!”

Por Bruno Albuquerque de Almeida!

Após assistir ao péssimo “O Ditador”, que chega a ser tão bobo quanto os filmes da franquia “Todo Mundo Em Pânico”, pensei que demoraria um longo tempo até que saísse um filme que, de maneira inteligente, original e inusitada, brincasse com estereótipos do mundo real. Engano meu: pouco mais de um mês após me decepcionar com o novo longa de Sacha Baron Cohen, vou ao cinema conferir “Ted” – e saio de lá extremamente contente com a excelência do filme.

Ted brinca, sem medo, com tudo o que vê pela frente e se destaca ao ser natural quando expõe situações absurdas – como vemos nas cenas em que um homem responsável usa drogas pesadas, pessoas destroem um apartamento durante uma festa e o ursinho que dá nome ao filme faz sexo com sua colega de trabalho. Seth Macfarlane, criador da ótima série Family Guy, mostra-se um competente diretor, roteirista e ator: fazendo inúmeras referências eficazes aos anos 80 e 90 (que, diferentemente de muitos filmes, fluem durante a narrativa e não é necessário profundo conhecimento prévio para entendê-las). Macfarlane ainda cria personagens perfeitos para serem interpretados por Mark Wahlberg e Mila Kunis, que transbordam talento e revelam uma química maravilhosa. As piadas revelam a potência do filme. Elas vão desde comparações entre sentimentos e a força de destruição de um helicóptero apache, um personagem dizer que a Marcha Imperial é a música tema de Diário de Uma Paixão a uma zoação sem piedade com pessoas que se recuperam com sérias sequelas de doenças gravíssimas.

Potência, essa, que pode fazer o filme se tornar um cult, principalmente devido aos seus inúmeros momentos inesquecíveis: a Música do Trovão (com o memorável verso “Fuck You Thunder, you can suck my dick!”), John Bennet falando dezenas de nomes feitos para vadias, Ted comparando uma criança gorda com Susan Boyle e seu chefe que, extremamente do contra, sempre o promove quando este se mostra imaturo, imoral e irresponsável. Mas o que destaca Ted no meio de tantos filmes de comédia que se assemelham a ele é, principalmente, a sua imprevisibilidade de uma maneira geral. Nunca se sabe o que pode acontecer a um ursinho falante que usa drogas e é mulherengo – e a aparição de seu ídolo durante uma festa, a qual ele mesmo dá, mostra isso claramente.

Mas, claro, ele não é livre de problemas. Com um clímax óbvio – por mudar de gênero, de humor para ação, abruptamente – e indeciso – o “morre-não-morre” de Ted é entediante e previsível -, o filme perde pontos. Além disso, o vilão (interpretado por Joel McHale, de Community) é extremamente clichê, o que se revela péssimo para um filme que até então se mostrava extremamente original. Além disso, alguns trabalhos de câmera soam burocráticos, lembrando extremamente o formato televisivo – o que, diga-se de passagem, é bem óbvio vindo de um diretor que sempre trabalhou na televisão.

De qualquer maneira, Ted desenvolve todos os personagens detalhadamente – tornando multifacetados até os secundários -, possui um ritmo bem estabelecido e diverte espontaneamente. Animado, politicamente incorreto e memorável, Ted ainda vai dar muito o que falar.

Nota: 8,5.

Resenha: A corrida de Escorpião – Maggie Stiefvater

A Corrida de EscorpiãoEditora: Verus

Autora: Maggie Stiefvater

Páginas: 378

A cada novembro, os cavalos d’água emergem do oceano e galopam na areia sob os penhascos de Thisby. E, a cada novembro, os homens capturam esses cavalos para uma corrida eletrizante e mortal. Alguns cavaleiros sobrevivem. Outros, não.

Aos 19 anos, Sean Kendrick já foi quatro vezes campeão. Ele é um jovem de poucas palavras e, se tem medos, guarda-os bem escondidos, onde ninguém possa vê-los. Puck Connolly é uma novata nas Corridas de Escorpião. Ela nunca quis participar da competição, mas o destino não lhe deu muita escolha. Sean e Puck vão competir neste ano, e ambos têm mais a ganhar – ou a perder – do que jamais pensaram. Mas apenas um deles pode vencer.

Todo ano, os cavalos d’água, famintos de carne e vorazes, submergem para os homens (não no sentido genérico da palavra, e sim só homens mesmo) capturá-los e participarem da corrida de escorpião.  Para Puck (Kate) Connolly, as corridas só trazem péssimas lembranças. Mas agora que seu irmão mais velho está deixando ela e seu irmão caçula na ilha para viver no continente, Puck é obrigada a participar das corridas e competir com o invicto por 4 anos, Sean Kendrick – que quer mais do que tudo ganhar esse ano.

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Resenha: Suicidas

Os livros que têm mais força – ou nos agarram mais forte durante a leitura – são aqueles que se constroem durante o virar de páginas. Claro que cada obra tem seu desenvolvimento próprio, mas são poucas as que criam seu ambiente particular e conseguem, com maestria, inserir o leitor nesse universo. Imperceptivelmente – ou talvez bem sutilmente, com a tensão policialesca como bruma – Suicidas cria e nos convida a participar de uma atmosfera onde suspeitas são deixadas no ar, através das linhas de tempo, e o leitor é levado a acreditar em tudo e a suspeitar de todos.

Nove jovens da elite carioca decidem participar de uma roleta russa, evento que acaba de forma drástica e curiosa. Um ano após o ocorrido, as mães dos participantes da macabra brincadeira são reunidas novamente pela delegada responsável pelo caso, com uma esperança: um caderno encontrado no local dos suicídios que narra, capítulo a capítulo, o que realmente aconteceu no porão da Cyrilles House. Com novas provas, velhas feridas e omissões serão claramente expostas, sem pudores, tudo a fim de que as perguntas que a todos incomodam possam ser enfim respondidas. Mas a verdade não será obtida com facilidade. A busca por explicações fará o ar cheirar a tensão, tanto para as entristecidas mães, como para os interessados leitores.

Para melhor trabalhar com os diversos fatos e personagens, o livro é dividido em três linhas. A primeira é um caderno de Alessandro, o escritor do grupo, que narra sua vida e a de seus amigos, nos inserindo no contexto necessário para conhecer cada um, e entendermos como eles vieram a participar do mortal jogo que acabou com suas vidas. A segunda linha é uma gravação da reunião das mães, com seus comentários sobre a leitura de um caderno recentemente encontrado – também escrito por Alessandro. A terceira linha é nada menos que o próprio caderno, que descreve o que aconteceu no porão onde os jovens se mataram.

Os capítulos mais instigantes são os da terceira linha. Contudo, ao decorrer do livro, a tensão se espalha pelo passado e pelo presente, deixando várias perguntas a perturbar o leitor. A segunda linha serve melhor para conhecermos os personagens de modo geral, principalmente no início, porém, em certo ponto, mostra-se tão reveladora quanto a terceira linha. Essa progressão do suspense dentro de cada capítulo é um dos elementos que atrai o leitor para a história e, sem percebermos, torna Suicidas um romance policial de roer as unhas.

Os personagens têm uma profundidade bem cuidada. Raphael nos mostra o lado bom e o lado ruim de cada um, provando que, em certas situações, os limites caem por terra. Talvez por ser o porta voz do livro, Alê foi o personagem que mais me conquistou, do início ao fim. Os outros suicidas são bem interessantes, cada qual ao seu modo. Acredito que cada leitor possa gostar bastante de uma figura diferente pelas variadas personalidades e motivações dos suicidas.

Um ponto que incomoda, ainda mais nas cenas com ação, é o fato de Alê estar escrevendo o livro no calor do momento – não só por escrever, mas também por escrever muito bem. Contudo, com a fluência de leitura que o romance oferece, esse detalhe passa impune – ou perdoado.

Suicidas é um suspense que se revela aos poucos, de forma abusiva e torturante. Nos compra não só pelo mistério, não tão presente até a metade, mas também pelos personagens bem construídos e seus dramas pessoais. São quase quinhentas páginas que passam bem rápido, tudo em busca de respostas bem mais chocantes que o esperado…

Animais Fantásticos 36# – Anões

Nesse momento, estou sentado na mesa, de lapiseira na mão, escrevendo o animais fantásticos da semana que vem. Eu sei que deixei vocês na mão semana passada, mas eu estava cheio de testes e não conseguia nem descansar direito. Vou tentar resolver o lance do sorteio tão cedo quanto possível com o Victor. E não se preocupem, eu consegui guardar todas as sugestões e irei usá-las em breve. PS: E é o mesmo lance dos elfos: Animais Fantásticos é só o nome da coluna, sem criar polêmica, ok?

Os anões são, em teoria, uns seres bem simples. São humanoides baixos e robustos que mostram grande talento com a forja e armas mais pesadas. É raro algum ser descrito sem uma voluptuosa barba.

Como suas maiores habilidades se baseiam na produção de armas e armaduras, é natural que os anões precisem de uma fonte generosa e abundante de metais que se mostrem resistentes e maleáveis. Foi daí que surgiram as minas dos anões. São lugares gigantescos que podem chegar perto até mesmo do centro da terra e onde, muitas vezes, também moram algumas famílias de trabalhadores das minas. Essas ”vilas” (ou cidades) também conseguem ser fortes e extremamente difíceis de conquistar, tudo graças a seus gigantescos labirintos de túneis, pelos quais é preciso passar a fim de se alcançar a cidade.

Se de uma mão os anões são muito talentosos forjando boas armas e as usando, seus talentos para as artes mágicas deixam muito a desejar. É muito difícil de encontrar, em qualquer universo, um mago anão poderoso e com uma fama que o preceda. Em geral, eles são pequenos ilusionistas, ou algo do tipo, que se juntam a pequenos grupos de mercenários. Logo, podemos perceber que a maioria das armas anãs tem que se valer apenas por sua qualidade, já que eles quase nunca colocam feitiços nelas. A não ser que a arma seja muito antiga ou o resultado de uma das raras colaborações entre anões e elfos, as quais costumam criar as mais poderosas armas.

Não é raro que os anões apresentem um certo “pé atrás” com as outras raças. Muitas vezes, durante as guerras, eles são deixados sem ajuda ou até mesmo atacados pelas raças mais malévolas para que possam ser utilizados os seus fortes tão difíceis de conquistar.

Detalhe, como o processo criativo tá meio lento por aqui, fica uma tirinha. O link do artista tá na imagem =D