“Mesmo sem ser o espetáculo todo esperado, o filme é divertido e agrada bastante.”
Por Bruno Albuquerque de Almeida!
Os Vingadores tinha tudo para ser “o evento” cinematográfico do ano, juntando os heróis que a Marvel trouxe para o cinema por conta própria em um só filme. Tendo visto as inúmeras referências ao Universo Marvel que surgiam a cada filme – e os detalhes que somente os fãs mais malucos( como este que vos fala) costumam notar -, era de se esperar que Os Vingadores fosse o melhor filme do Marvel Studios, com a ação mais sensacional e com o melhor balanceamento entre o espaço de tela ocupado pelos personagens. O filme consegue cumprir esses objetivos, mas parcialmente. Ele peca bastante em diversos aspectos, que pretendo comentar nos próximos parágrafos.
O roteiro, também escrito pelo diretor Joss Whedon, é corrido. Com uma curta duração para um filme tão pretensioso – 2h e 15min -, o filme arrisca, já que possui diversos personagens para serem desenvolvidos. Por falar em personagens, o filme peca em somente dar uma breve introdução aos heróis e auxiliares, e confia que o público se lembre de quem eles eram nos outros filmes para estabelecer o “desenvolvimento”. Fazendo isso, o roteiro se preocupa somente em re-estabelecer as características mais superficiais dos personagens: Steve Rogers é o homem extremamente justo e sempre busca fazer o correto, Tony Stark é o cara engraçado que faz piada com tudo( pelo menos suas piadas funcionam, com o incrível carisma e timing de Robert Downey Jr.), Bruce Banner é o frustrado cientista em busca de auto-controle( pelo menos Mark Ruffalo nos mostra uma faceta do personagem que seus antecessores no cinema na última década não fizeram: a simpática) e Thor é o deus nórdico exagerado mas justo. Já Nick Fury e o Agente Coulson são reapresentados, contrariando o que nos foi mostrado deles em Homem de Ferro 2 – e, assim, quebrando a coerência criada no Universo Marvel dos cinemas: o diretor da S.H.I.E.L.D., antes sendo um cara simpático e sociável, agora é extremamente sério e não possui medo de enfrentar o Conselho, que seriam os seus “chefes”; e o Agente Coulson, agora, é um… nerd, fã do Capitão América, e menos sério do que já havia sido estabelecido em Thor.
Já a história é bem simples: Loki( vivido por Tom Hiddleston de maneira tão dedicada que nos faz pensar que o personagem merece um filme só dele) quer dominar a raça humana, e para isso nos ameaça com a invasão de um exército alienígena. Para nos salvar, Nick Fury( medianamente interpretado por Samuel L. Jackson) une os heróis mais poderosos da Terra para deter tal ameaça. O desenvolvimento do roteiro soa burocrático em alguns momentos; por exemplo, ele não se preocupa em explicar como Thor conseguiu vir para o nosso planeta, já que em seu filme solo ficou bem claro que a passagem entre a Terra e Asgard ficou selada. Outro detalhe que o roteiro não explica é o fato de como Bruce Banner aprendeu a controlar o Hulk, após passar duas horas de filme desenvolvendo o Gigante Esmeralda como uma catástrofe horrível( e o roteiro acerta nesse aspecto, pois mostra um lado do monstro que os outros filmes não mostraram). Em compensação, a química entre os personagens é incrível, e comprovamos isso na batalha final, quando os heróis se organizam e se ajudam diversas vezes.
Já os efeitos visuais são esplêndidos. A armadura do Homem de Ferro, bem mais detalhada e realista. O Hulk, mais brilhoso e com os traços faciais de Mark Ruffalo. Os aliens invasores, chamados de Chitauri, aparecem em montes, além de possuírem naves gigantescas, que são tão bem feitos digitalmente que beiram o realismo. Também destaco o Aeroporta-aviões, grandioso e bem feito. Já a montagem é extremamente dinâmica, e nada mais justo para um filme com vários heróis nele. A fotografia peca por sempre exaltar a coloração branca, principalmente no clímax do filme.
O interessante em Os Vingadores é a interação entre os personagens. Os diálogos são bastante inteligentes em diversos momentos, como as discussões entre Steve Rogers e Tony Stark, e a tentativa de manipulação de Loki em cima da Viúva Negra. Também destaco a cena final, onde vemos um pouco de como a vida de cada Vingador vai prosseguir dali em diante.
Enfim, com diversos erros e vários acertos, Os Vingadores é um entretenimento competente e que garante boas risadas e um divertimento único. Vale muito a pena se você estiver afim de um pipocão – e se você for um grande fã dos personagens da Marvel, com direito a uma participação especial numa cena no meio dos créditos que é de deixar qualquer fã maluco.
Nota: 7,0