Resenha: O Morro dos Ventos Uivantes

Crítica – Demorei bastante tempo para começar a ler este livro. Não por que temia que fosse chato – na verdade, estava absolutamente certo que seria fantástico -, mas por outros livros que tomaram a frente, deixando o clássico romance inglês para o segundo plano. Acontece que fui, ou pelo menos tentei ir – peguei engarrafamento e cheguei no final – no evento da Bertrand ( veja post sobre o mesmo). Acabei ficando na casa de minha tia, vasculhando as estantes de minha prima e acabei achando “O  Morro dos Ventos Uivantes“. Como só carregava comigo o “Olhos de Falcão“, o li de noite e pela amanhã. O resultado foi que me decepcionei por não tê-lo lido antes. Há vários romances que se intercalam, dando sempre importância ao maior deles  : o de Heathcliff e Catherine. Você acompanha a narração de Nelly com tanta atenção quando Lockwood, sedento por descobrir, por completo, o destino dos amantes. “O Morro dos Ventos Uivantes” é envolvente e impossível de se largar.

Resenha – A história começa no final de toda a trama. O Sr, Lockwood está comprando a  propriedade dos Linton e fica curioso pela estranha e severa atitude de Heathcliff. Pede então a sua criada, Nelly, que lhe conte a história que se passou. Essa é a história que irei narrar agora.

O Sr. Earnshaw, ao voltar de viagem, trás para casa um menino morinbundo que encontrou na rua morrendo de fome. Hindley e Catherine, os filhos legítimos do Sr. Earnshaw, ficam com ciúmes do menino. Catherine,  depois de um tempo, fica bastante amiga do garoto, que foi batizado como Heathcliff, porém, Hindley o odeia. O Sr. Earnshaw ama Heathcliff, o que faz com que o Hindley o despreze. Quando o pai da família morre, Hindley não pensa duas vezes antes de colocar o garoto junto aos criados, fazendo-o crescer como um deles. Apesar de tudo, Catherine não deixa de ser amiga de Heathcliff. Um dia, os dois jovens estão perto da propriedade dos Linton e Catherine é mordida por um cachorro. Devido ao incidente, ela fica aos cuidados da família e passa um temporada lá, mudando um pouco. Acaba também se apaixonando pelo jovem Edgar.

Ao voltar para sua casa, confessa a Nelly que ama Edgar – e este lhe pediu em casamento – e ainda mais a Heathcliff. Entretanto, como este anda tão ranzinza com ela e maltrapilho, ela age por impulso e confessa que irá se casar com o jovem Sr. Linton. O problema é que Heathcliff escuta tudo pela porta, fugindo logo após a conversa acabar.

Um bom tempo se passa. Catherine mostra ser uma boa dona de casa, ajudando bastante na propriedade dos Linton. Ela esquece de Heathcliff e até das inimizades entre este e seu marido. Acontece que este volta, porém, mudado. Parece um cavalheiro, entretanto, voltou para se vingar de todos que lhe fizeram mal. Humilha seu irmão que agora andava metido em jogos e bebidas e passa para visitar Catherine, causando confusão na casa dos Linton, mas visitando sempre sua querida Cathy. Ele a culpa pelo que fez e ela o culpa, por ter sido tão inflexível naqueles tempos, entretanto, recordam do amor que viveram.

Uma história de amor continua a ser contada por trás desse clima sombrio de tantas desavenças e vinganças, o que talvez é um dos pontos mais marcantes do romance de Emily ( essa mistura do amor com o sombrio ). Os personagens principais são maliciosos, mas se rendem, ao menos quando é extremo, ao amor que os une. Uma história comovente, cheio de reviravoltas e lições que vale a pena ser lembrado, relembrado, lido e relido.